quinta-feira, 17 de março de 2011

Material para a Aula de Gestão de Competências

Material para aula dia 17 de março de 2011


Competências comportamentais: ganhos para empresas e colaboradores 


Patrícia Bispo
Jornalista responsável pelo conteúdo da comunidade virtual RH.com.br

A preocupação com o desenvolvimento comportamental dos colaboradores tornou-se uma vertente estratégica para as organizações que desejam garantir espaço em um universo globalizado e em constante processo de mudanças. No entanto, cada empresa adora uma sistemática condizente com sua realidade, segmento e negócio. Na Dimensional do Brasil, por exemplo, a necessidade de estimular o aprimoramento das competências comportamentais faz parte da rotina dos colaboradores e tem refletido diretamente na vida da companhia.
Provedora de soluções de automação industrial (produtos e serviços) e distribuição de material elétrico, recentemente, agregou ao seu portfólio de produtos a Divisão I.T. (cabeamento estruturado) e Safety Invest (responsável pela distribuição de EPI's - equipamentos de proteção individual). A partir de 2007, a Dimensional do Brasil associou à multinacional francesa SONEPAR e conta atualmente com cerca de 270 colaboradores diretos distribuídos entre a matriz (Limeira/SP) e extensões (Contagem/MG, São Paulo/SP, Campinas/SP, Bauru/SP, Curitiba/PR e Porto Alegre/RS).

De acordo com Silvana Baitz, consultora de desenvolvimento organizacional, apesar de existirem ações coordenadas, foi a partir de 2007 que algumas práticas e modelos de gestão de pessoas tornaram-se mais necessárias e evidentes na companhia. Uma delas foi o investimento no fator comportamental, visto que a capacidade técnica dos colaboradores já era bastante conhecida. Ela cita que as iniciativas mais acentuadas na área comportamental, coincidentemente, ocorreram no momento em que a Dimensional passou pela transição de empresa puramente nacional para se tornar uma multinacional. "Sem dúvida, esse tipo de acontecimento exige um esforço ainda maior nos modelos de gestão - principalmente àqueles relacionados ao capital humano", complementa.
Vale salientar que a área de Desenvolvimento Organizacional é quem responde completamente pelas ações direcionadas à área comportamental dos profissionais que integram as equipes da Dimensional do Brasil. Dentro da filosofia corporativa, para o segmento em que atua, a competência técnica tem um peso muito grande, mas, é o comportamento das pessoas que faz a diferença.
"Para exemplificar tomemos como base o velho e conhecido CHA - Conhecimento, Habilidade e Atitude. A literatura sobre o assunto esclarece que o profissional competente deve ter os três ingredientes, mas somente através da atitude que ele põe em prática - ou pelo menos consegue desenvolver - as duas primeiras. O comportamento inerte ou estático de certos indivíduos pode comprometer em muito o desempenho do todo", enfatiza Baitz.
Um fato relevante é que a excelência na prestação de serviços passa obrigatoriamente por todos os setores da organização e esses, por sua vez, estejam envolvidos diretamente no processo. A estratégia da empresa considera ainda o fato de que os clientes estão cada vez mais exigentes em função da grande variedade de opções que encontram à disposição no mercado. Isso faz com que as organizações não possam mais se dar ao luxo de simplesmente alegarem ser competitivas e sim terem a necessidade de provar que o são, de fato, dia após dia.

Ferramentas comportamentais - Na prática, a Dimensional utiliza a Análise Quantum e o PHP2 - ferramentas de análise comportamental focada no ambiente de trabalho, cujos objetivos são avaliar ações, comunicação, ritmo, regras e outros indicadores essenciais ao desenvolvimento do colaborador. Esses recursos são utilizados em processos seletivos, promoções, mudança de função, enfim, dão oportunidade para que a companhia conheça melhor o perfil do profissional que irá ser contratado ou desenvolvido em outras atribuições.
Esses dois instrumentos também permitem à área de Desenvolvimento Organizacional da Dimensional trabalhar os GAP´s identificados na aplicação e no feedback dados aos profissionais. As ferramentas em questão são aplicadas on-line, ou seja, tanto o candidato como o colaborador recebe uma senha e login para acessar a pesquisa num momento mais tranquilo - seja no trabalho, residência, por exemplo, uma vez que ele tem livre arbítrio para escolher quando e onde acessar.
"Todos os participantes das ferramentas recebem a devolutiva e o laudo para se autoavaliarem, e isso faz a diferença. Ou seja, temos a oportunidade de conhecer melhor o candidato ou o colaborador e analisar quais os GAP´s que temos que trabalhar. Daí o departamento de Desenvolvimento Organizacional, em conjunto com o gestor, traça os planos de ação para desenvolver e acompanhar do profissional. Desde que temos utilizado essas ferramentas e dentre outras que temos na área de Desenvolvimento Organizacional, o nível de acerto para contratação, promoção ou mudança de função ficou acima do esperado. Ou seja, estamos sempre atendendo as expectativas dos gestores e também dos profissionais", comenta a consultora.
Depois que aplica a Análise Quantum e o PHP2, Silvana Baitz pontua que acompanha diretamente todo o processo de desenvolvimento do profissional, analisando as necessidades de treinamentos, a evolução de carreira, dentre outros fatores. Quando necessário, ela elabora junto com o gestor o PDI (Plano de Desenvolvimento Individual). "Procuramos estar sempre antenados com as mudanças de mercado. Por essa razão, os profissionais estão em constante treinamento e, o principal, eles recebem todo o apoio da diretoria", sintetiza.

Competências mais valorizadas - Quando indagada sobre quais as competências comportamentais mais valorizadas pela Dimensional do Brasil, a consultora menciona que as principais são: comprometimento; ética; evolução contínua; trabalho em equipe; criatividade; dinamismo e foco no cliente são algumas das competências que formam um mix ideal para o profissional que busca realização profissional e pessoal. Algumas dessas competências foram mapeadas pelos próprios colaboradores e tidas como essenciais para os cargos de gestão. Já a sintonia existente entre a Missão, a Visão, os Valores e a Estratégia da empresa com a percepção dos seus colaboradores cria um ambiente propício para que o objetivo da empresa seja alcançado.

Receptividade dos talentos - Ao que tudo indica, a receptividade tem sido muito satisfatória, tanto da parte dos gestores quanto da parte dos próprios colaboradores. Porém, isso se deve a um conjunto de fatores e não apenas à aplicação das ferramentas. Dentre os fatores positivos, que contribuem para que essa postura seja consolidada, encontra-se a prática do feedback - modelo já adotado há algum tempo em função da Avaliação de Desempenho. Outro fator é a transparência nos trabalhos e credibilidade que o departamento de RH possui junto aos colaboradores e aos gestores. Com relação às ferramentas - que trabalham o lado comportamental das pessoas - é importante destacar que elas jamais serão utilizadas para fins de retaliação, e sim como forma de desenvolvimento pessoal e profissional, o que gera credibilidade diante dos profissionais. "Temos a plena convicção de que a grande maioria - senão a totalidade - dos colaboradores que passaram pela Dimensional saiu melhor do que entrou, após o trabalho que realizamos para desenvolver as competências comportamentais", avalia Baitz.
Ao ser questionada se ocorreu alguma mudança visível, depois que a aplicação de ferramentas comportamentais foram instituídas pela Dimensional do Brasil, a respostas da consultora é afirmativa. Ela destaca, por exemplo, que houve o constante aumento na procura pelo auxílio no custeio de mensalidade de cursos de graduação, pós-graduação e línguas - benefícios oferecidos pela empresa aos colaboradores com mais de um ano -, ou seja, busca por aperfeiçoamento. Outro ponto importante é que os próprios funcionários desejam ser submetidos ao processo de avaliação de desempenho. Isso demonstra que eles sentem a necessidade de saber onde podem melhorar. Atualmente, na hora do recrutamento, percebe-se ainda que os gestores valorizam mais o perfil comportamental dos candidatos, pois antes a ênfase era maior para a condição técnica. Isso sinaliza uma visível mudança cultural positiva na empresa.

O valor comportamental - Outro fato que leva a Dimensional do Brasil a investir no desenvolvimento comportamental dos seus profissionais é a importância do colaborador estar alinhado com o perfil da empresa, visto que isso facilita a adaptação e o dos talentos humanos. Além disso, a organização não perde o seu DNA. Para a política de Gestão de Pessoas da Dimensional do Brasil, os treinamentos em massa não surtem os efeitos desejados, pois cada um tem uma necessidade ou um determinado grau de desenvolvimento. Dessa forma é possível atuar de maneira mais eficaz, dando a cada um, a dose ideal.
Além disso, a gestão que dá importância para o quesito comportamental contribui também para reduzir os desgastes naturais de relacionamento existentes no meio organizacional, porque deve existir um equilíbrio nos membros de um grupo, pois se o mesmo apresentar-se muito heterogêneo tenderá a ser competitivo demais, gerando os efeitos colaterais indesejados. Por outro lado, se a equipe é muito homogênea diminui-se a criatividade, a busca pelo aperfeiçoamento, enfim, gera certo comodismo e estagnação. É nesse cenário que as ferramentas de gestão comportamental ganham importância e eficiência: convergir os interesses para o bem comum.
Por fim, Silvana Baitz alerta para o fato de que não é só para a organização que ferramentas direcionadas às competências comportamentais trazem resultados. Os benefícios também surgem para os colaboradores, uma vez que eles descobrem os pontos que precisam ser desenvolvidos e que, às vezes, impedem o crescimento profissional. "É comum também vermos profissionais que se desgastam demais nas suas funções atuais e que, por falta de orientação não buscam alternativas para melhorar seu desempenho e até mesmo sua satisfação. Dentre essas alternativas podemos citar, possibilidade de mudança de função, adequação de comportamento ou postura, ou até mesmo mudança de emprego", finaliza.

Publicado em 25/01/2011 no www.RH.com.br.
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